Alma Roubada



Reajo à cidade com uma sensação de plenitude!
Não receio o olhar das pessoas,
nem os seus julgamentos.
Elas não parecem necessitar disso.
Aqui, minhas unhas não se puseram em vermelho
Não precisei pintar meus pés para a guerra...
não há nada contra o que lutar,
nada que eu precise desafiar,
nem preciso me impor.
As armas do povo desta terra
parecem ser sua gentileza,
sua voz mansa e terna.
Tive a alma gentilmente roubada
pela cidade e suas pedras...
Não me acho só ou  perdida,
meu fluido se encontra e se confunde
nas águas geladas e acolhedoras
de seus lagos e cachoeiras.
Rolo sem destino
por suas poucas ruas,
praças e jardins coloridos.
Nestes dias
Sou nascida desta terra
broto deste chão...
Feito Água
Feito Pedra
Deixo que Mucugê se aproprie de mim:
me possua com seu frio cortante
me encante com a luz dos mausoléus Bizantinos
me inebrie com o canto de seus pássaros
me ensine pelos velhos daqui
me derreta com o sorriso de suas crianças
me permita enxergar-me nos olhos de suas mulheres...
E traga-me de volta
E trague, de uma só vez,
o meu corpo
a minha LETRA.

5 comentários:

Anônimo disse...

Lu, estou encantada com suas palavras. Que essa sensacao de 'alma lavada' perpetue em voce trazendo tranquilidade, leveza e poesia sempre! Bjs Rosa Motta

Lu Barros disse...

Oi Rosa,
que prazer ter você aqui amiga!
Obrigada pelos votos sinceros.
E que deixemos seim, sempre, a poesia nos lavar a alma das agruras e tormentos.
Beijo Querida.

PS: Alma Roubada é um poema de 2008, do meu 1º encontro com Mucugê!

Moisés Rocha disse...

LuB, ao ler este poema agora, tive uma sensção estranha e diferente, não percebi exatamente o que é ainda... Recitei baixinho só pra mim e tentei escutar-me com a pura intenção de decifrar os sentimentos que ora me atraia intensamente á este lugar. Bjs.

Lu Barros disse...

O Convite está sempre feito. Mucugê os receberá com o quê que só lá para sentir.
Beijo irmão

Anônimo disse...

Lindo este poema amiga, toca na alma de cada pessoa que o lê. Você é realmente especial.
Bjs Vívian