Canção Maviosa




















Em madrugadas insones
Pouco a pouco
Construíram-se pontes
Entre seu olhar e o meu

Sua música abrigou-se
Em minha poesia
Meu sorriso fartou-se
Em sua candura

De seu inteiro intenso
Me fiz toda uma
De seu sopro vivo
Soei maviosa em prazer

Alma Roubada



Reajo à cidade com uma sensação de plenitude!
Não receio o olhar das pessoas,
nem os seus julgamentos.
Elas não parecem necessitar disso.
Aqui, minhas unhas não se puseram em vermelho
Não precisei pintar meus pés para a guerra...
não há nada contra o que lutar,
nada que eu precise desafiar,
nem preciso me impor.
As armas do povo desta terra
parecem ser sua gentileza,
sua voz mansa e terna.
Tive a alma gentilmente roubada
pela cidade e suas pedras...
Não me acho só ou  perdida,
meu fluido se encontra e se confunde
nas águas geladas e acolhedoras
de seus lagos e cachoeiras.
Rolo sem destino
por suas poucas ruas,
praças e jardins coloridos.
Nestes dias
Sou nascida desta terra
broto deste chão...
Feito Água
Feito Pedra
Deixo que Mucugê se aproprie de mim:
me possua com seu frio cortante
me encante com a luz dos mausoléus Bizantinos
me inebrie com o canto de seus pássaros
me ensine pelos velhos daqui
me derreta com o sorriso de suas crianças
me permita enxergar-me nos olhos de suas mulheres...
E traga-me de volta
E trague, de uma só vez,
o meu corpo
a minha LETRA.

Música Maestro!

 
Quero voltar ao ponto de origem de todas as coisas.
É lá que torno a perceber
a força que as coisas têm
quando estão destinadas a acontecer.

Como a incrível dança dos elétrons
durante as reações químicas:
encontros e desencontros se dão;
fatos se sucedem sem sentido aos nossos olhos,
que tantas vezes ‘exigem’ razões e justificativas.
Lágrimas!
Ó, quantas lágrimas derramadas
por força desta caótica e tão perfeita dança.

Pois então,
quero voltar ao ponto de origem de todas as coisas.
Que o meu destino, agora, seja o Sorrir!

“- Maestro, peço a gentileza de tocares esta moda:
sem sustos, na cadência do meu pulsar.
Que seja clara e calma esta moda, Sr. Maestro.
Clara, calma e feliz.”

A véspera



tropecei com olhares calmos e inocentes
cruzei com almas cheias de esperança
e o desejo destes me enterneceu

a ansiedade pelo amanhã
a coragem diante do risco.
Por estes, desvelei o meu amor

Em cada um deles,
um pouco de mim.
Em mim,
todas as possibilidades!