Reajo à cidade com uma sensação de plenitude!
Não receio o olhar das pessoas,
nem os seus julgamentos.
Elas não parecem necessitar disso.
Aqui, minhas unhas não se puseram em vermelho
Não precisei pintar meus pés para a guerra...
não há nada contra o que lutar,
nada que eu precise desafiar,
nem preciso me impor.
As armas do povo desta terra
parecem ser sua gentileza,
sua voz mansa e terna.
Tive a alma gentilmente roubada
pela cidade e suas pedras...
Não me acho só ou perdida,
meu fluido se encontra e se confunde
nas águas geladas e acolhedoras
de seus lagos e cachoeiras.
Rolo sem destino
por suas poucas ruas,
praças e jardins coloridos.
Nestes dias
Sou nascida desta terra
broto deste chão...
Feito Água
Feito Pedra
Deixo que Mucugê se aproprie de mim:
me possua com seu frio cortante
me encante com a luz dos mausoléus Bizantinos
me inebrie com o canto de seus pássaros
me ensine pelos velhos daqui
me derreta com o sorriso de suas crianças
me permita enxergar-me nos olhos de suas mulheres...
E traga-me de volta
E trague, de uma só vez,
o meu corpo
a minha LETRA.